Saturday, December 08, 2007

Sem em cem palavras


Sem nada para escrever. Sem nada o que falar. Sem ter o que dizer. Sem ter o que esperar. Palavras, para que saem? Para que dito seja. Seja nada e seja tudo. Certo ou errado. Sem critérios ou limites. Consoantes e vogais que se conectam. Pensamentos soltos que formam frases, parágrafos e textos. Sem porquê ou explicação. Impossibilidade de finitas razões. Razões aquelas que cada ser tem a sua. Sem possuir e sem obter. A certeza de que o que se fala são palavras. Apenas conjunto de letras. De que o que se conta é real. Realidade abstrata da escrita. Sem parar e impulsiva. Escreve-se o português elaborado. Língua emissora da mensagem. Linguagem necessária para a boa e má comunicação. De sorrir, de agradar, de raiva do chorar. Sem palavras para o quanto bem faz. Para o quanto não cabe nesse dicionário. Dicionário sem palavras para o paradoxo. Falta do que ler e dizer ao sentimento reservado. Ao mesmo tempo em que se tem muito pra dizer, diz-se nada. Vice e versa. Vice e versa ao olhar. A cem palavras chego sem tudo para falar. Ao olhar me torno escrava do pensar. Com ou sem. Digo o que digo. Só por falar.

Dani

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