Saturday, November 24, 2007

Deixa ser


De casaco no calor. De blusa sem alça no inverno. Pulando tentando buscar o céu. Sem tempo nem hora para fazer isso. Faz-se porque quer. Por que, afinal, o que são as estrelas? São feitas para alcançar? O que é adulto? O que é inconstitucional? Mais perguntas do que respostas. Mais curiosidade do que se deve. Liberdade de se sentir livre até. Até alcançar aquelas estrelas. Então, cai. Machuca o que queria descobrir. Corre atrás daquilo sem pensar. Porque simplesmente correr. Ficar molhado, debaixo de chuva. Em cima do chão. Lama suja, rolar, sujar-se. Lambuza com o doce da vida. Com a meiguice da inocência. O que é a tomada? O que é a cegonha? Por que o céu é azul? Dúvidas e exaltações dignas de quem acabou de chegar. Como a lâmpada acende? Quem ta do outro lado do telefone? Quero aquilo que passou na tv. Ilusão e imaginação. Poderíamos viver pra sempre assim: sob um falso olhar. Não falso no sentido de traíra. No sentido de doce veneno, de simpática calúnia. Cadê o papai Noel? Cadê a mãe daquela criança na rua? Olhos fechados mesmo abertos que sonham com o real. Por que abraçar é bom? Por que te chamo de pai? Por que existe jiló? Nem experimentamos e já dizemos que não gostamos. É assim com tudo. Desconfiança em dois sentidos. Medo de provar. Prevenção natural. Deixa só brincar, deixa fazer o que quer. Pegar chuva, correr na praia. Rolar na areia, comer sorvete com o nariz. Ser bombeiro, aeromoça. Jogador de futebol e médico. Querer vencer. Deixa ser criança quando crescer.
Dani

1 Comments:

Blogger Unknown said...

Parabéns Dani!
Bem bolado o texto.
Cada dia melhor!
beijão

5:41 PM  

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